quarta-feira, 12 de maio de 2010

Gentileza Gera Gentileza... Pera aí... Que papo é esse?



É meio estranho pensar na forma como os relacionamentos começam atualmente...
Ainda me lembro como era bom paquerar (e isso já se tornou até meio careta). Olhares e trocas de sorrisos viraram perda de tempo no corre corre do cotidiano. Nem sequer reparamos quem está à nossa volta. Tornou-se tudo mecânico demais.

Parece que a gentileza se resume aos escritos do profeta da Francisco Bicalho e isso é uma tristeza pois de um simples “Bom Dia” pode surgir uma grande amizade.

Falando em gentileza, tenho uma vizinha que não fala, simplesmente resmunga e eu nunca a vi sorrir. Sempre passo por ela e a cumprimento sem nenhuma resposta. Acho que o fato de me ver relativamente feliz diariamente a incomoda. Gostaria de conversar com ela pra levar um pouco de cor pra sua vida, mas corro o risco de ser agredida, então prefiro continuar a cumprimentando mesmo que ela continue resmungando...

Já faz algum tempo que visito salas de Chat. Isso não é um vício e nem um hábito diário. Antigamente achava que poderia encontrar o amor da minha vida na Internet já que são tantas as opções (as pessoas são praticamente vendidas no “mercado livre”). Também me empolgava o fato de que minhas duas melhores amigas e minha tia se casaram com caras que conheceram através desse ilimitado veículo de comunicação. Não vou mentir... até conheci pessoas legais. Algumas delas ainda fazem parte da minha vida, mas nenhum romance de contos de fadas... sem contar que as falas são prontas. Parecem combinadas, não sei o que acontece... sei que quando começo a conversar (ou teclar) com 3 pessoas diferentes e o assunto é exatamente o mesmo me apavoro e excluo todo mundo.

A coisa flui mais ou menos assim:

Fulano: Oi linda, tudo bem?
Fulana: Tudo bem e com vc?
Fulano: Que bom. Comigo ta tudo bem tmb. Tc de onde?
Fulana: De Uaca Uaca e vc?
Fulano: De Far Far Away. Não é tão longe ;)
Fulana: é... não mesmo
Fulano: E o que vc faz da vida, trabalha, estuda?
Fulana: Sim, to cursando administração e sou estagiária da empresa X
Fulano: Legal. E o que faz pra se divertir?
Fulana: Gosto de ir ao shopping, cinema, barzinho, e vc?
Fulano: Eu também. Temos muitas coisas em comum... quantos anos?
Fulana: 21 e vc?
Fulano: 25. Vc tem namorado?
Fulana: Não
Fulano: Mas como pode uma menina linda como vc estar sozinha?
Fulana: Ainda não encontrei a pessoa certa.
Fulano: Tem mais fotos, princesa?
Fulana: Espera aí que eu vou trocar. Vc não tem orkut?

Começo a me perguntar qual seria a reação do rapaz se a menina dissesse que parou de estudar no ensino fundamental e que era empregada doméstica.

Tudo bem que as mulheres conquistaram seu espaço no mercado de trabalho e muitas vezes se saem melhores que muitos homens, mas a classe masculina não está nem aí para o nosso sem número de habilidades. Ninguém nos pergunta qual é o nosso prato preferido e se gostamos de cozinhar (gente, isso não é ofensivo!). Tão pouco nos perguntam sobre a cor que mais gostamos (no caso de mandar flores isso é um dado importantíssimo, mas poucos mandam flores, então esquece!) ou o livro, filme e música preferida. Essas coisas fazem toda a diferença na hora da conquista. O que será que está acontecendo com esses homens?

Alguém já parou pra pensar que na despedida do primeiro encontro um beijo na mão com um encontro de olhares é muito mais excitante do que um beijo apressado cheio de línguas que mal sabem pra onde girar? É o gostinho de “quero te encontrar de novo” que tempera a relação.

Sejamos mais sensitivos e menos instintivos. É muito bom não ter pressa e curtir a pessoa em cada detalhe... o cheiro, o tato, o gosto, a voz, o sorriso... essas coisas estão se perdendo na agitação do dia-a-dia. Que tal resgatá-las? Afinal, gentileza realmente gera gentileza.

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