domingo, 8 de abril de 2012

Tatuagem

Trago no corpo toda a minha história tatuada em tinta transparente que apenas olhos atentos conseguem ver.


Aqueles que vêem meus pés no chão, não os enxergam em saltos altos

Os que se habituam a vê-los no salto não os imaginam no chão

E em passos, tintas, agulhas e pincéis

Ora para tintas coloridas

Ora com rabiscos em preto e branco

Vez em quando numa escrita perfeita

Mas quase sempre tropeçando nas palavras

Palavras ditas,

Não ditas,

Perdidas,

Esquecidas,

Doloridas,

Ora em passos longos

Ora sem sair do lugar

Andando,

Transpondo,

Saltando,

Correndo,

Ninguém vai andar com os meus pés ou tatuar com as minhas agulhas.

Minha história apenas eu escrevo.

Às vezes dói quando corta a carne...

Às vezes sangra,

E dessa dor nascem desenhos lindos demais, perfeitos demais...

Não existe mais pressa, porque aprendi a apreciar o caminho e descobrir onde eu quero chegar...

O tempo já corre de forma diferente, sem protocolos, sem devaneios estranhos...

Estou aprendendo a passar a limpo

Mesmo que a impaciência urgente teime em me tirar a poesia

Ainda que tentem me “insanidar”

Mesmo assim meus textos vivem

Meio sem nexo pra você,

Meio confusos pra alguém

Inteiramente coerentes com a minha loucura,

Inteiramente profundos nas marcas do meu caminho.

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