Trago no corpo toda a minha história tatuada em tinta transparente que apenas olhos atentos conseguem ver.
Aqueles que vêem meus pés no chão, não os enxergam em saltos altos
Os que se habituam a vê-los no salto não os imaginam no chão
E em passos, tintas, agulhas e pincéis
Ora para tintas coloridas
Ora com rabiscos em preto e branco
Vez em quando numa escrita perfeita
Mas quase sempre tropeçando nas palavras
Palavras ditas,
Não ditas,
Perdidas,
Esquecidas,
Doloridas,
Ora em passos longos
Ora sem sair do lugar
Andando,
Transpondo,
Saltando,
Correndo,
Ninguém vai andar com os meus pés ou tatuar com as minhas agulhas.
Minha história apenas eu escrevo.
Às vezes dói quando corta a carne...
Às vezes sangra,
E dessa dor nascem desenhos lindos demais, perfeitos demais...
Não existe mais pressa, porque aprendi a apreciar o caminho e descobrir onde eu quero chegar...
O tempo já corre de forma diferente, sem protocolos, sem devaneios estranhos...
Estou aprendendo a passar a limpo
Mesmo que a impaciência urgente teime em me tirar a poesia
Ainda que tentem me “insanidar”
Mesmo assim meus textos vivem
Meio sem nexo pra você,
Meio confusos pra alguém
Inteiramente coerentes com a minha loucura,
Inteiramente profundos nas marcas do meu caminho.
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