
“Nós, meninas, nascemos pra ser cutucadas”. Foi essa a frase que ouvi de uma manicure em um momento de mulherzinha no salão, quando havia três senhoras me “cutucando”.
Ela nem sequer sabe que estava com toda a razão.
Implantadas no útero materno por uma cutucada, e cutucadas durante toda a gestação... exames e exames cutucabilissimos por longos 9 meses...
Quando nascemos, adivinha??? Cutucadissimas em todos os buracos por vários médicos e enfermeiras. E somos finalmente levadas para o colinho da mamãe, que não nos acaricia como deveria, mas cutuca o corpo inteiro pra saber se está tudo em ordem...
Seguindo a linha... temos cutucadas de coleguinhas de classe, nas brincadeiras de esconde-esconde, cutucadas de outras meninas que se sentem menos importantes e vai assim...
Crescendo mais um pouco, somos cutucadas por namorados e ginecologistas...
Tentamos nos cuidar brincando de ser mocinha e haja cutucada em cor de cabelo , unhas, sombracelha e depilações em geral...
Eu nem me recordava, mas fui lembrada de que já dizia o poeta Marcinho “ Vou Catucar/eu vou catucar/ Vem minha gostosa/ Que hoje eu vou te barulhar/ Jogue o tambor pro alto / Que eu quero bater/ Que eu quero fuca na futchuca com você”
(Nem vou comentar os termos barulhar, tambor e fuca na futchuca... isso é desprezível demais)
Continuando...
Engravidamos e toma cutucada.
O ciclo continua e num dia qualquer, sentada num salão com três mulheres cutucadoramente cutucantes me cutucando, ouço a filosofia da cutucação que nunca fez tanto sentido...
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