quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eu espero que você demore mais um pouco


É como uma busca indeterminada e torta que finda em um bem querer que a gente encontra de repente.

Uma boa conversa, um longo sorriso, uma expressão de que está tudo em paz  porque o mundo se fechou em dois.


Uma necessidade insana de invadir a alma pelos olhos lendo todas as linhas do que há por dentro... devagar e cautelosamente entendendo assim o que parece confuso e que é tão frágil, puro, desarmado e bom.


Entre um sussurro abafado por gemidos de prazer e gozo entender que já não se é uma parte sozinha, mas um todo completo, pleno, sereno...


Daí, em meio de uma noite de sonhos bons, entre dedos, anseios, abraços, pegamos um lápis e um papel traçando moldes de uma família como aquelas que não se vê mais.


E traço a traço desenhamos formas de fôrmas semi-prontas que chegam ao todo com as cores do amor dividido em pedacinhos compartilhados todos os dias.


Velar o sono, morrer de desejo, queimar os sentidos, brincar de emoções, amar...


Entender que o outro não é uma equação matemática tão complexa que seja incapaz de ser desvendado.


Vamos lendo assim os mistérios que saem dos poros, deixando os fantasmas pelo caminho porque pra onde vamos existe uma luz neon que incita a felicidade. Logo, sejamos felizes hoje que é o que nos cabe.


Então, quando a luz brilhar mais forte, varrendo a poeira da casa desarrumada e trazendo tudo bem novo e limpo, antes de traçar outro caminho... vamos parar a sombra de uma arvore de frente para o mar, olhar ambos os caminhos abraçados num instante em que eu possa te olhar por dentro e te dizer... “Eu espero que você demore mais um pouco”.  

Então se o seu coração não me deixar partir e o meu te precisar, será entre o meu caminho e o seu que edificaremos o nosso lar.

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