Só sei que haviam muitas pessoas.
Não sei pra onde olhavam... muito menos em que pensavam.
Me parece que todas estavam atarefadas demais e relaxadas demais no aperto de mais um final de dia.
Muitas pessoas e apenas um par de olhos...
E não eram meros olhos... eram azuis da cor da água do Sono.
E além de azuis, pareciam vermelhos de por de sol e molhados como a água do mar do Sono.
Olhava o azul e mergulhava na alma tentando aquietar a tristeza tornando o vermelho mais brando.
Mas de tanto vermelho no caminho cheguei à uma cachoeira de vermelhas raizes e lá desaguou todo o pranto de quem não chora.
Não via mais nada... nem pessoas, nem som nenhum que não fosse uma música doce que dos meus ouvidos acalmavam, ainda que sem palavra alguma, aquele anil que tornou-se mais intimo que qualquer outra retina que pudesse me ver naquele momento.
Chegada a hora da partida, nada foi dito e nem tocado, pois não existiam bocas nem mãos, apenas olhos... e foi assim que à uma certa distância despedi-me do azul carregando um pouquinho da sua tristeza e deixando um pouquinho da minha dor compartilhada naquele olhar.
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